terça-feira, 25 de maio de 2010

O Menino que Queria Ser Jogador de Futebol

Coleção de Nonsenses com Sentido
Guilherme Cohen

O Menino que Queria Ser Jogador de Futebol

Certo dia Wellington acordou com uma tremenda vontade de jogar bola. Foi direto, então, falar com o seu pai, pedindo para o mesmo que lhe levasse para a praça ao lado de sua casa para jogar futebol com os garotos que sempre estavam por lá.
Mas não foi tão simples. O pai de Wellington falou ao seu filho que ele teria que passar por uma serie de testes para mostrar que podia jogar bola na praça. Primeiro, o pai pegou um taco de basebol e deu com tudo no joelho direito de Wellington. O menino ficou berrando de dor, e o osso de seu joelho quase saiu, o pobre Wellington mal conseguiu se levantar. E seu pai dizia que para ser um jogador de futebol seria preciso aguentar dor e mandou o moleque se levantar.
Mesmo morrendo de dor, o pai de Wellington não teve piedade e foi logo para o segundo teste. Pegou um prato cheio de verduras e legumes mal lavados, sujos, aqueles de final de feira, e mandou seu amado filho comer. Wellington sentia tanta vontade de ir à praça que comeu aquela mistura de alface com larvinhas, com enorme vontade, para ele, as cócegas que as minhocas faziam em sua língua eram até divertidas. Seu pai o elogiou, falando que ele já estava comendo como um jogador.
Wellington achava que estava pronto, mas seu pai riu ironicamente, como se ainda faltasse muito pra levar o fedelho à praça. O terceiro teste foi algo bonito de se ver. Algo comum no futebol são os cortes e pontos que os jogadores acabam levando no rosto. Assim sendo, o bondoso pai pegou sua Gilette e fez um corte brilhante em toda testa de Wellington, até cortou o supercílio do garoto. Aquilo fez um belo estrago, sangrava e sangrava e Wellington mais uma vez gritava e chorava de tanta dor, mas mesmo assim, ele queria jogar bola, e seguia pedindo ao seu pai que o levasse à praça.
O pai então falou que tudo bem, contanto que Wellington passasse pelo último teste, que não era dos mais doloridos, ele simplesmente pediu para o seu filho fazer algumas embaixadinhas, Wellington então pegou uma bola de plástico e mostrou suas habilidades. É lógico que não seria tão simples. O amigável pai de Wellington disse para o seu filho que se quisesse jogar bola, ele deveria jogar com uma bola dura, e não aquela bolinha de plástico, então o pai pegou uma bola de boliche que estava na geladeira e jogou no peito de Wellington. O filho até conseguiu dominar o lançamento feito pelo pai, mas um dos buraquinhos que é para por os dedos na bola de boliche prendeu em um de seus dedos e depois de puxar um pouco como chiclete o dedo de Wellington fora arrancado.
Moral da história: vá ler um livro!

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